Sacolinha de Heróis c/ texto por Carol Soreli

Hoje estou vindo postar uma sacolinha bem simples que decorei com retalhos de papel e chipboard. Peguei aquilo que vi na minha frente para ajudar na foto e eis que me deparo com um power ranger e um personagem do Ben 10. Fotografei, baixei a foto e aqui estou para contar uma história.
Sou da época do Jaspion, Cavaleiros do Zodíaco, Caverna do Dragão e muito mais histórias que passavam na TV. Minha mãe nunca recriminou a violência que via em alguns desenhos e filmes, na verdade acho que ela nunca se ligou nesse lance de ver o que as crianças estão assistindo tão quietas na sala, mas vamos lá. Quando o Caio nasceu, eu adotei uma ideia meio paranóica de que não iria comprar armas, personagens violentos e coisas do tipo. Como somos muito ligados em música (vovó cantou até em rádio), a cada aniversário eu comprava um instrumento. Devo ter uma banda inteira infantil dentro de casa e é fato que ele gosta muito, mas assim como toda criança normal desse século têm suas paixões por personagens. Minha ideia caiu por terra quando ele foi crescendo e ganhando tudo o que eu havia declarado como "proíbido" dentro de casa. Para completar, com o passar dos anos ele mesmo passou a pedir suas espadas, seus bonecos, suas armas e tudo mais!
Eu? Justamente eu que havia definido esta regra inicial, como poderia deixar que quebrassem assim? Nem sequer pensei em arrancar os cabelos? Comecei a deixar a coisa andar conforme a música. No ano passado, eu recebi um texto da escola dele falando sobre a importância dos heróis e dos bandidos na infância e dei graças a Deus por ter sido tolerante a todas as mudanças que estavam acontecendo. Infelizmente não tenho mais o texto aqui, mas de forma resumida, falava que as crianças passavam a ter noção do bem e do mal com esses desenhos, aprendiam que quando atacamos podemos machucar alguém ou sair machucado. Entendiam melhor sobre a lealdade e sobre a necessidade de fazer o bem pelo próximo. Ficava estabelecido em suas cabecinhas que o bandido se ferra e que o mocinho no final das contas sempre se sai melhor no final. Sem contar que o mocinho raramente começa uma briga.  Admitem em seus mundos de uma forma lúdica, como a vida realmente é.
Confesso que fiquei surpreendida com o texto e que me senti aliviada por ter deixado a vida nos levar. Em relação as armas, as espadas e tudo mais, percebi que de alguma maneira, cedo ou tarde, ele vai se deparar com a existência prejudial dessas coisas, está aí a TV para nos provar todos os dias! No final das contas, apesar de válido, acho que devemos observar as preferências de nossas crianças e trabalhar com muito amor em relação a isso. Se a criança tem tendência para ser o mocinho e conhece a existência dos bandidos ok! E quando as crianças querem ser os bandidos? Podemos lapidar isso e os heróis com certeza são uma boa ferramenta para nos ajudar com isso!
Espero que gostem do post gigante de hoje! Beijos da Carol

4 comentários:

Takamura San disse...

Maravilhoso o seu texto. Acredito que a índole é algo muito forte, mas o amor pode transformar os corações mais inexpressivos. Cada um de nós temos uma tendência, mas esta não é determinante.

Quando criança me lembro que adorava ser o ladrão na brincadeira de 'Polícia e Ladrão', mas de nada herdei desta fase. Sim, tudo é fase, e só através delas é que temos um crescimento pessoal, e se podarmos isto das crianças, esta fase pode surgir em momentos inoportunos em anos vindouros.

Cresci com Cavaleiros e outros desenhos que passavam na TV. Minha Mãe permitiu que a TV fosse milha Babá por anos, e agora se apavora por eu ter trocado a TV pelo PC...

A violência nos Animes (desenhos japoneses)e em outros desenhos em geral é saudável sim. Mas como consumidor desta cultura otaku (amantes de animação japonesa)reconheço que muitas coisas não são para crianças.

Ótimo post.

Sorelinha Arte em Papel disse...

hahahaha eu tb era meio do mal kkkkk Podar ou recriminar não, mas lapidar, fazer entender, por meios de brincadeiras mesmo, que existem os dois lados e quais são as vantagens e desvantagens disso. Como mãe, penso que jamais vou conseguir enfiar algo na cabeça do Caio por exemplo, mas acredito que meu papel é o de mostrar todas as possibilidades que existe nesta vida. O resto é com ele mesmo! Mas.... tomará q vire o mocinho kkkkk como sofrem as mães do filhos crescidos q vivem baseado no bandido...

bjus! Obrigada por comentar!

Luiz Carlos Filho disse...

Muito bom o post. Revelando uma maturidade adquirida com a vida, com a experiência do dia a dia. E isso nao tem preço, mas para as outras coisas tem mastercard...kkk
abraços

Juliane PV disse...

tinha q ser power ranger...rs